O Anão Regurgitado



Nos "secretos" arquivos do meu computador guardo alguns escritos e algumas brincadeiras como uma série que chamo de "Os Piores Contos do Mundo" em que brinco com o gênero, como no caso do texto que compartilho abaixo (Mas atenção, texto contém linguagem inapropriada é é totalmente politicamente incorreto #PlayFYB:

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      Rosie Scott pesava mais do que quatrocentos quilos e tinha o maior par de tetas que já se viu por aí, dois montes volumosos que pendiam para baixo, embrenhando-se entre suas faixas de pele gordurosa. Por causa desta beleza peculiar incapaz de agradar a um grande número de homens tolos, a pobre Rosie era talvez a única mulher de vinte e poucos anos, virgem. Uma coisa que não agradava a Rosie, que à noite mergulhava em sonhos eróticos com homens musculosos penetrando-a vigorosamente. Então quando o médico disse-lhe que morreria em não mais que três meses, Rosie Scott publicou um anúncio na internet que pagaria Cem Mil Dólares ao homem que a desvirginasse. Honesta, o anúncio foi publicado com foto, para que assim nenhum candidato reclamasse posteriormente. 
     Depois de três semanas da publicação o primeiro e também único candidato à tarefa apareceu na mansão de Rosie, que diga-se era bastante rica. O candidato era Ben Litle, um anão com não mais que um metro de altura, outro metro e meio de circunferência, careca e caolho. Rosie olhou o homenzinho e sentiu certa repugnância, embora soubesse que aquilo não era uma coisa legal de sentir por uma pessoa tão voluntariosa, mesmo que fosse feia como um hobitt adoentado. 
     Uns cinco minutos de conversa entre os dois serviu para que apresentassem suas exigências, pois sim, tanto o anão quanto Rosie tinham exigências um para com o outro. A do anão era simplesmente que a valise com o dinheiro já fosse colocada na porta de entrada para que pudesse sair sem ter de olhar para trás e comprovar a tese de o que um homem não faz por dinheiro. Rosie achou justo, e estando os dois com o acordo firmado, antes que Ben Litle começasse a sua missão, pediu a sua dupla de enfermeiras que a despissem. Com Rosie nua, as mulheres, que ao olhar do anão eram muito gostosas, saíram do quarto e deixaram os dois a sós. 
    “Sua vez homenzinho, deixe-me ver se o que dizem dos anões é verdade”. Disse Rosie numa tentativa fracassada de parecer lasciva. 
     Porém, ela também se decepcionou, já que Ben Litle não era bem como diziam dos anões. Talvez tais lendas fossem somente lendas, e todos os anões tinham um pintinho tão pequeno e enrugado como Ben Litle. Mas Rosie admirou-o por sua coragem, e abriu suas pernas de maneira muito pornográfica. O anão tentou pensar nas duas enfermeiras para ver se seu pau se erguia e assim lhes desse os Cem Mil. Mas o pensamento era a todo o momento bombardeado pela imagem real da gorda imensa esparramada sobre a cama especialmente construída para ela. Contudo, Ben Litle suspirou e seguiu em frente. Tinha ido muito longe para desistir. 
     A primeira tarefa difícil seria a de chegar até o sexo de Rosie. Como um lenhador separando toras, Ben teve de erguer as pernas da mulher e com dificuldade ir embrenhando-se por entre pele, graxa, e suor, pois parecia que o ar-condicionado não estava dando conta. Besuntado pelo suor de Rosie o anão conseguiu avançar alguns centímetros em direção ao seu El Dourado
    Depois de alguma insistência começou até mesmo sentir o odor ferroso que vinha do meio das pernas de Rosie. A gorda tá com tesão foi um pensamento muito assustador para o anão que já havia alcançado área onde deveriam estar os lábios da boceta de Rosie Scott. No entanto, mantas de pele e gordura caíam sobre o sexo da mulher escondendo-o como um tesouro pirata. Ben Litle teve de ajoelhar-se e abrir o caminho com as mãos até que...  
     Depois de avistar um pequeno tronco que mais tarde viria a crer tratar-se do clitóris monstruoso da mulher, o anão foi sugado para dentro de uma caverna úmida e escura. Lembrou-se das histórias de John Carter e perguntou-se se por acaso não iria parar em marte também. 
     No breu, o anão apenas conseguia tatear as paredes viscosas da caverna e respirar o ar azedo que existia ali dentro. Merda! Vim foder alguém, e o fodido acaba sendo eu, esbravejou com raiva Ben Litle. Mas incapaz de ceder ao desespero, o anão que estatelara-se no chão úmido soergueu-se e começou uma pequena caminhada. 
     Não era uma caverna muito grande e a sensação é de que suas paredes o apertavam. Depois de alguns metros uma outra parede surgiu diante do anão que estancou por algum tempo. Mas ele percebeu que aquela parede interrompendo-o era mais frágil que as outras, e tendo de utilizar o tato e a sua unha avantajada do mindinho ele rasgou a parede que parecia uma espécie de teia de aranha reforçada. Ao rasgar o empecilho, Ben Litle escutou o ploc de uma pequena explosão e logo um líquido desconhecido e grosso começou a correr sob seus pés. Eca! Que nojo, ainda bem que não estou vendo nada
     Sem saber ao certo o porquê, o anão nunca pensou em voltar para trás. Algo lhe dizia para ir sempre em frente. Estava num mundo desconhecido e sombrio, então sempre em frente pareceu-lhe bom. 
     Por algum tempo o anão caminhou por aquelas paredes escuras. Em determinados momentos ele percebia que o terreno mudava. Às vezes escorregadio, às vezes duro como pedra. Andou por túneis cujo fedor pareceu-lhe o lugar mais imundo do mundo. Em outros, apenas cheiros estranhos, mas suportáveis. Seu maior medo ocorreu quando caminhava meio que escalando um túnel íngreme e trovões começaram a ribombar. Mas a tempestade nunca lhe chegou, embora os trovões também nunca mais pararam. 
     Ben Litle sabia que sendo o anão mais azarado de todos se tivesse a oportunidade mágica de ser enviado para outros mundos, só poderia mesmo acontecer aquela experiência pavorosa. Além disso, quanto mais caminhava pelo lugar, mais ele pensava que assim como os garotos de A Caverna dos Dragões, jamais voltaria para casa. 
     Andou, andou, andou... Suas esperanças se desfizeram quando ele chegou a uma galeria cujo teto estava muito acima dele. Veio então a fome e o sono. O anão dormiu e teve pesadelos horrendos com uma gorda que o amassava ao sentar-se sobre ele. Ben Litle acordou sobressaltado em sua atroz realidade. Chorou por um tempo. Por um bom tempo. até que entre um soluço e outro olhou para o alto e viu que uma estalactite estranha estava pendurada no teto da caverna. Percebeu também que mesmo ínfima havia luz para além dela. Uma esperança desfeita com a impossibilidade de se escalar aquelas paredes cavernosas. 
     O anão chorou mais um pouco. mas não se entregou à morte certa que o encontraria naquele estranho mundo de sombras e fedores. Ele precisava sair dali. 
     Embora careca, o que não faltava ao anão eram pelos no corpo. Especificamente pentelhos grossos e bastos. Pacientemente e não sem alguma dor, o anão foi arrancando-os e trançando-os até que tivesse uma corda suficiente para o preparo de um laço. 
    O que ainda não foi dito é que Ben Litle trabalhava num circo ganhando Dez Dólares por dia para laçar porcos na arena, portanto, ele sabia laçar. Mesmo sem muito espaço ele lançou a corda de pentelhos, e, bingo! O laço pegara com firmeza a estalactite. O anão deve ter levado umas duas horas para chegar até o topo da estalactite mais estranha que já vira (ainda que aquela fosse a primeira). Agarrou-se nela para olhar para o alto, na direção da luz, ali, bem mais abundante. Do ponto em que estava para a saída da caverna seria ainda mais difícil chegar, ele pensava quando... 
    A estalactite começou a vibrar, sons bizarros chegavam vindos do exterior da caverna, e, de repente o anão viu-se mais uma vez sugado por uma força de sucção poderosa. Desta vez a força puxava-o para luz. Ao ser puxado para o alto a luz banhou o anão, e... 
    Ele despertou, caído novamente no quarto da gorda Rosie Scott. Ben Litle levantou-se e como prometido não olhou para trás. Se o fizesse veria Rosie morta, a bocarra aberta e sangrando. Contudo, havia naquelas feições alguma saciedade que os mortos parecem sempre carregar como se dissessem que estão numa melhor do que nós. 
    O anão então abriu a porta, mas não sem antes pegar a maleta com os Cem Mil Dólares. E foi assim que o El Gran Circo de Las Pelotas Doradas perdeu o melhor laçador de porcos que já tivera em seu picadeiro.