As Mentiras de Bolsonaro e Seu Governo Devem Ser Refutadas Diariamente, Com Eloquência e Contundência!


Aos sensatos, democratas e dignos cidadãos e cidadãs brasileiros: É preciso refutar com veemência e diariamente a mentira, antes que passemos a viver apenas com mentira! 

É provável que esta necessária e urgente mensagem perca-se por causa do anonimato e pouca influência de seu autor, um mero blogueiro, um desconhecido para além de seu pequeno círculo social. Todavia, diante do silêncio, da anemia e da perigosa leniência daqueles com capacidade para tal, não poderia deixar, com certo desespero, de alertar para os diários sinais de quão tortuoso e perigoso têm sido o caminho trilhado pela nação. De um lado os gritos de uns, tomados sempre de forma eufemística pela imprensa e mesmo por aqueles que lhes opõe, do outro, um silêncio, talvez provocado por diferentes razões, do medo à vã esperança de futuramente lucrar com o drama que nos surge. Acontece que ultrapassamos – e há muito – perigosas fronteiras e que podem nos levar a uma grande tragédia nacional. 

Não é mais tempo de pormenorizar, de eufemizar, de fazer vistas grossas, de manter silêncio. Isso vale para políticos, para a imprensa, para os diferentes setores de nossa sociedade, em especial aqueles sob real risco. Estamos como que se adormecidos por um “fenômeno” que nos colocou às cordas, que nos tonteou. Estamos grogues e se não reagirmos, seremos nocauteados mortalmente. Acho que apenas isso pode explicar o silêncio absurdo a uma série de sinais, o mais gritante e deplorável, o recente vídeo de divulgação do novo slogam do governo. 

Enquanto na internet, nos jornais, enfim, no espaço público, as críticas foram da contradição do ufanismo expresso à incompetência sintática ou artística de seus autores, todos, parece-me, deixaram passar o mais grave e execrável do dito anúncio: a estratégia Goebbels de propagandear. Por enquanto todos nós sabemos da mais famosa tática nazista de propaganda, a de “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”; é este torpe conceito que vê-se no vídeo divulgado pelas redes sociais na última sexta-feira. 

Por isso é tão assustador que isto não seja visto com escândalo, que as pessoas com poder ou com responsabilidade não refutem uma atrocidade como aquela. Vejamos, embora a imprensa brasileira tenha muito falado das “fake news” de Trump, a polarização e o ódio irracional aos antigos detentores do poder levaram a quase todos a pormenorizar ou silenciar com as ilegalidades da recente campanha eleitoral no Brasil, marcadas por robôs cabo-eleitorais e disseminação em massa de notícias falsas. frise-se este termo em claro português: notícias falsas! O grave, a meu ver, é que mesmo quando falava-se no assunto, focava-se em grupos sombrios, criaturas sem rostos ou nomes, mas quase sempre sem ligar à campanha oficial de Jair Bolsonaro. Não imagino que tenha sido um erro, um desconhecimento de pessoas e instituições com recursos suficientes para compreender o que ocorria. É mais provável que tenha sido leniência, uma leniência intencional e perigosa que logo mais se voltará  contra a própria imprensa. 

Mas retomemos as mentiras, a campanha eleitoral. Qualquer pessoa com capacidade interpretativa mínima de leitura perceberia a coordenação dos grupos desconhecidos do Whatsapp com a campanha oficial de Jair Bolsonaro, especialmente ao chegar ao segundo turno e obter tempo de televisão. Na Baixada das Pulgas que transformou o virtual em real, as notícias falavam de mamadeiras de piroca, de kit gay e tantos outros absurdos como o de que o outro candidato tomaria a posse das crianças para o Estado. Tudo isso muito lamentável é verdade, mas ainda mais escandaloso, imoral e ilegal é que bastasse ver os vídeos de campanha do candidato, o eram quase todos no sentido de estimular as mentiras divulgadas pelas redes sociais. Enquanto candidato isso já é absurdo, conquanto Presidente da República, isto é intolerável, inaceitável. 

Pois sim, deixemos de lado a logomarca quadrada como o pensamento de seu governo e o slogam pouco criativo, mas assaz representativo desse neonacionalismo pobre e ignorante. A gravidade está no anteposto, na mensagem de caráter eleitoral exibida. Um texto que não só inflama a polarização do país, mantém o discurso eleitoral; de modo algum institucional. Por conseguinte o mais grave é que reforça, que estimula, que propaga e legitima as chulas “fake news” espalhadas pela internet. Assusta-me o silêncio de tanta gente ofendida naquela peça, e ninguém mais que todos, os profissionais da educação. Em mais uma peça-Goebbels, o governo, agora de forma institucional propaga mentiras acerca dos problemas da educação. Afirma de forma mentirosa existir “doutrinação e erotização das nossas crianças”, um verdadeiro acinte para qualquer pessoa que conheça os verdadeiros problemas e desafios das comunidades escolares, sejam pais, professores, gestores, etc. E o grave disso é que essa mentira agora vem contada num vídeo oficial (o que nos dá mais uma pista do que vem por aí). É a mesma mentira sendo contada e recontada, antes pelo candidato, agora pelo presidente, pelo governo. 

Conquanto, o mais temerário e desolador é que não ouço vozes erguendo-se contra tal disparate. Não se pode mais eufemizar tais coisas como “polêmicas”. Se as pessoas com responsabilidade democrática não começarem já a erguerem-se contra pernósticos atos, temo a que sociedade seremos legados logo aí à frente. É chegada a hora de levantarmos nossas vozes. É preciso refutar e rechaçar as mentiras diariamente, de forma contundente e eloquente, é preciso apontar o dedo para a mentira, pô-la em praça pública, seja em posts, páginas impressas ou telejornais. Todos nós somos responsáveis, pela palavra ou pelo silêncio. Por isso, temos que gritar a verdade, e a verdade é que não há e nunca houve qualquer política de doutrinação nas escolas, que a erotização em que acredita o presidente, com certa insanidade, e muitos de seus seguidores, não passa de monstro criado por eles mesmos, quiçá no alto de alguma goiabeira. 

É sofrível vermos o quanto de ignorância e desconhecimento há nestas falsas crenças, isto num Brasil que sofre tanto, justamente pelo desconhecimento, pela deficiência da educação, que embora tenha avançado nas últimas três décadas, não o suficiente como vemos agora. Na cabeça doente dessa gente, desse governos constituído de loucos conspiracionistas qualquer coisa ligada à sexualidade é tabu, é erotização, o fato simplesmente de respeitarmos a condição de cada criança é estímulo a qualquer coisa. Criam com isso uma Cruzada da Ignorância abastecida com desinformação e mentiras; agora com o aval institucional. Isso, mais uma vez digo, é intolerável! É absurdo! É Mentiroso! Por isso, mais uma vez o apelo: as mentiras de Bolsonaro e seu governo precisam e devem ser refutadas, diariamente e com veemência! E isso precisa ser feito também por aqueles que têm alcance e responsabilidade democrática por fazê-lo.