R.I.P Democracia



Era uma vez numa republiqueta de coronéis e ricaços a Democracia tentara renascer após anos de chumbo e porrada. Espírito indômito este da Democracia porque entre assassinatos e renasceres ela não desistia, lutava, marchava, morria, mas obstinada voltava a nascer. Contudo desta feita mais recente os que lhe golpeavam deixaram de lado as armas, preferiram as penas que rabiscam pretextos jurídicos. Precisavam matá-la novamente, mas teria de ser de uma forma mais dissimilada,que mascarasse a irritação dos coronéis e ricaços que não suportavam a igualdade promovida pela recente nova vida da Democracia. Detestavam partilhar suas vidas com pobres que agora frequentavam universidades, odiavam o fato de ter de pagar salários justos, doía-lhes não poder escravizar ninguém sem ser descoberto. Por isso o plano, o golpe, conduzido por ratos tecedores de traições e conspirações roeu a Democracia por dentro até que num 31 de outubro o carrasco descera o golpe fatal contra a pobre Democracia. Por hora ela está morta, seus direitos estão mortos, entretanto há esperança pois a Democracia, acima de tudo, é uma resistente.

Texto publicado no Jornal Destak da última sexta-feira