Autopublicação é tendência no mercado editorial



Quem acompanha as notícias do mercado editorial bem sabe que este enfrenta duas situações distintas, talvez antagônicas. Com a crise que o setor passou e tem passado muitos editores em programas e entrevistas indicaram que o resultado desta crise seria a redução de lançamentos de novos nomes nos catálogos editoriais, ou seja, as apostas e investimentos seriam destinadas a nomes com grandes potenciais de venda. Por outro lado nunca se publicou tanto texto, digitalmente ou fisicamente (do horrendo às grandes promessas), e nunca talvez se houvesse tantos candidatos a publicar livros como agora. Esse é o cenário que propicia o modelo das autopublicações.

Pela experiência no Listas Literárias, acabei conhecendo boas promessas nascidas neste modelo de publicação, publicados por diferentes editoras. Creio que uma das mais famosas seja a portuguesa Chiado que lançou muito novo autor no país. Das que conhecemos, todas muitas distintas entre si, mas algumas de grande potencial literário como O Mosaico, e Memorial das Flores e a recente trilogia Travessuras da Minha Menina Má. No Brasil, editoras de autopublicação não são de todo uma novidade. Talvez a experiência mais antiga o selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, da Novo Século. Temos aqui ainda a boa experiência da Jaguatirica, das quais pude ler boas publicações, e com edições interessantes. Confirmando a tendência nos modelos de autopublicação, uma das mais novas editoras neste segmento é a Labrador, criada pelo Daniel Pinsky, sócio-diretor da Contexto (não há relação entre as editoras), a quem tive a oportunidade de entrevistar para o Listas Literárias.

Na oportunidade o criador da Labrador abordou a tendência de crescimento das autopublicações "A demanda por publicação é grande. Um livro – ao contrário de posts, tweets e afins – carrega consigo uma aura de legitimidade, além de ficar para a posteridade". Na entrevista pode-se ainda tratar dos estigmas acerca da autopublicação "Nosso maior desafio é mostrar que somos uma editora de autopublicação diferenciada. Por oferecermos mais e melhores serviços, muitas vezes somos mais caros. Porém, quando temos oportunidade de apresentar nossos diferenciais com nosso atendimento ou a qualidade do produto final, por exemplo, conseguimos esclarecer bem essas dúvidas, fazer o autor enxergar nosso valor. Assim vamos quebrando estigmas que ainda possam existir. Outro caminho é por meio de palestras ou debates: sempre que sou convidado, aceito e apresento o mercado de autopublicação, ajudando a quebrar essa barreira de desconfiança". Foi uma discussão bastante pertinente especialmente para autores que procuram conhecer mais sobre as diferentes formas de publicação e possibilidades de se tirar aquele projeto literário das gavetas e dos agádês. Quem quiser conferir a entrevista completa é só acessar por meio deste link. Tem um material legal por lá.